O que o “tarifaço” de Trump pode influenciar no mercado de cibersegurança?
Trump anunciou tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto, e ameaçou elevar ainda mais caso o Brasil retaliar. O governo Lula já prepara resposta usando a Lei da Reciprocidade Econômica.
As exportações brasileiras para os EUA movimentam bilhões. Com tarifas de 50%, milhares de empresas vão ver o faturamento despencar da noite para o dia.
E quando a receita despenca, serviços como tecnologia são cortados ou reduzidos. Muitas entidades já manifestam preocupação com os efeitos do tarifaço, prevendo um efeito dominó na economia.
Golpe duplo: as empresas brasileiras além de lidar com um problema econômico ainda podem ter seus custos elevados em decorrência da reciprocidade econômica, terão que enfrentar a elevação dos custos com software, pois o mercado brasileiro de cibersegurança depende massivamente de soluções americanas: Cisco, Palo Alto Networks, CrowdStrike, Check Point.
Imagine o cenário: empresas brasileiras com menos dinheiro para gastar e softwares de proteção 50% mais caros. É a receita para um desastre digital.
Um cenário possível se esse conflito não for resolvido com diplomacia é: empresas vão adiar renovações de licenças, operando com proteção defasada, o que aumenta a superfície de ataque e consequentemente eleva exponencialmente os ataques bem-sucedidos contra empresas mal protegidas.
O tarifaço não é apenas sobre soja e minério. É sobre deixar o Brasil digitalmente vulnerável numa época em que ataques cibernéticos são armas de guerra econômica.

